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Padre Rodrigo: saiba mais sobre a vida e história do nosso pároco


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Nesta semana em que o padre Rodrigo completou 38 anos e está próximo de celebrar nove anos de sacerdócio, o chamamos para um bate-papo, quando nos contou um pouco mais sobre sua história, aptidões, desafios e o sentido da vocação sacerdotal em sua vida. 

Filho de Jesus Lopes Moreno e Lindaura Maria Gomes Moreno, Rodrigo Gomes de Moreno nasceu em Santo Anastácio (SP) em 21 de março de 1983. Com 28 anos de idade, foi ordenado diácono na Paróquia Nossa Senhora do Carmo e quatro meses depois, dia 30 de abril de 2012, se tornou padre diocesano.

Há seis anos à frente da comunidade da Vila Maristela, o pároco compartilhou conosco um pouco sobre os desafios enfrentados ao longo da vida paroquial e, principalmente, o aprendizado que vem obtendo neste período de pandemia. 

Quando criança até a adolescência, muitas dúvidas se passam quanto à escolha da profissão. Você sempre quis ser um padre? 

Eu não pensava em ser padre. No colegial, sempre quis ingressar numa carreira militar. Tanto é que fui para Campo Grande fazer o teste para aeronáutica e depois voltei e vi que não era aquilo. Já trabalhando na paróquia, em Santo Anastácio, ingressei no seminário. 

Ordenação ocorreu em 2012, no Ginásio Municipal de Esportes de Santo Anastácio (Padre Rodrigo / Cedida)

Como foi o chamado à vocação sacerdotal na sua vida? 

Eu nasci em Santo Anastácio. Venho de uma família católica, porém não tão praticante. Meus pais se casaram na igreja, nos batizaram. Minha mãe tinha uma vida de oração, mas em casa mesmo. Assim que chegou a idade da catequese, ela me enviou e, a partir de então, eu ia às missas todos os sábados na cidade. 

Quando crismei, comecei a participar dos grupos de louvor, às terças-feira e  a me envolver mais na vida da comunidade. Também fui chamado a fazer parte do grupo de leitores. Depois, o padre José Antônio me convidou para trabalhar na secretaria da paróquia. A partir de então, fui conhecendo um pouco mais do que era a vida da igreja. Um dia, ele me convidou para conhecer o Seminário e fui fazer esse discernimento, onde gostei, fui ordenado e permaneço até hoje na caminhada. 

Se não fosse padre, já passou pela sua cabeça em qual profissão iria seguir? 

Eu sempre gostei da área de comunicação. Ajudava na rádio, em Santo Anastácio, na TV a cabo. Talvez eu partisse para essa área. 

Gosto pela comunicação reflete em sua vida sacerdotal (Pascom Paroquial / Arquivo)

Qual o seu maior desafio até agora nestes 38 anos de trajetória?

Talvez o maior desafio sejam as perdas de familiares, ao longo desses anos, tanto de seminário, quanto de sacerdócio. Perdi minha irmã, meu pai, minha avó e pessoas muito próximas que realmente marcaram toda uma trajetória. Foi muito dolorido, mas eu superei. Logicamente, que a minha fé e meu exercício ministerial também me ajudaram nesse processo. 

É também um desafio das grandes realidades, de tudo aquilo que eu realizava nas pequenas comunidades onde iniciei meu ministério para depois ser chamado para vir para Prudente, em uma das paróquias de maior movimentação da região. Realmente, a comunidade tem um ritmo de vida intenso e uma preocupação constante quanto à parte administrativa, pois além da espiritualidade, nós precisamos administrar funcionários, o patrimônio em si, já que tudo isso é muito massante. 

O que mais te chama atenção estando há seis anos como pároco na Maristela? 

O que me chama a atenção é o carinho das pessoas, o zelo, a alegria, a receptividade, isso é uma marca, a acolhida fraterna que recebo neste lugar. Isso é uma constante, não só a mim que sou padre, mas muitos que vêm de outros lugares sempre comentam como são bem acolhidos. É uma alegria estar na Maristela e fazer parte desta comunidade!

O amor ao próximo sempre em primeiro lugar (Pascom Paroquial / Arquivo)

Como você bem sabe, neste ano de pandemia tudo mudou, o mundo se modificou. Na sua percepção de ver a vida, o que mudou? 

Eu tenho olhado a realidade ao meu redor com outro olhar no sentido de levar a vida com muito mais leveza, no sentido de nos preocuparmos em darmos o nosso melhor a cada dia e com as pessoas tanto as que estão ao meu redor, como aquelas que compõem a minha história e da comunidade. 

Preocupo-me em levar um alento espiritual para cada uma delas, para que se mantenham fortes, mesmo de forma virtual, mas muitas vezes querendo estar presente.

Momento de bênção com o Santíssimo Sacramento na Matriz (Pascom Paroquial / Arquivo)

Aproximando-se de nove anos de sacerdócio e conhecendo diversas realidades paroquiais, o que é ser padre pra você? 

Pra mim é uma entrega de olhar pro outro como sendo parte de mim. Então, cada um, sobretudo aqueles que mais padecem com dificuldades, aqueles que tiveram uma ruptura muito grande, cortes em suas vidas, perdas, é sentir a dor do outro. É estar presente, é chorar junto e trazer para si os sentimentos daqueles que são a minha família de fé. Minha família biológica é restrita a mim e minha mãe, mas minha família de fé é imensa. Realmente as alegrias e as tristezas são sentidas por mim. 

Então, ser padre é exatamente caminhar ao lado das pessoas trazendo para si a realidade que o outro também tem vivido. Graças a Deus, temos muito mais coisas para agradecer do que a suplicar. É uma dádiva poder se alegrar e levar um pouco de sorriso num mundo tão triste, tão amargo que estamos a vivenciar. 

A alegria e o cuidado com o outro são marcas características do Padre Rodrigo (Pascom Paroquial / Arquivo)

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