No último dia 12 de outubro, o Santuário Nossa Senhora do Carmo celebrou o dia de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil. A devoção à mãe de Jesus é um pilar da fé católica e possui fiéis que buscam diariamente por sua proteção e consolo. Tanto que aqui, na comunidade, não poderia ser diferente. São muitos os devotos, além de um acampamento dedicado inteiramente à Mãe de Jesus. 

Mais do que uma figura central na cultura brasileira, Nossa Senhora Aparecida é símbolo de identidade de fé nacional. Sua imagem pode ser vista em lares, igrejas e até mesmo na música popular. Além disso, ela une milhões de pessoas em oração e devoção, proporcionando conforto e esperança em meio às vicissitudes da vida, como também é um farol de esperança e uma fonte inesgotável de inspiração para todos aqueles que acreditam em sua proteção e intercessão.

Acampamento Mariano

Um dos pioneiros em acampamentos no país, o Santuário não poderia deixar de ter um acampamento dedicado à Nossa Senhora. Considerado um dos “caçulas” da igreja, o Acampamento Magnificat surgiu em 2017, de uma inspiração de um cântico singelo e ao mesmo tempo maravilhoso do Cântico de Maria: “Minha alma glorifica ao Senhor. Meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador.” (Lc 1, 46-47). 

“Esse nome foi dado ou batizado pelo nosso querido padre Rodrigo e porque é considerado um dos textos mais belos da bíblia, tanto pela sua forma, como pelo seu conteúdo, onde a Virgem Maria louva a Deus com um canto de misericórdia e libertação”, explica uma das coordenadoras, Lucimar Faria. 

O acampamento tem a missão de levar campistas, a partir de 25 anos, para uma experiência única, partindo da história da Virgem Maria e pela sua intercessão perante a Cristo. Com isso, Lucimar deixa claro que “o principal objetivo desse acampamento é, por meio de um conhecimento da vida de Nossa Senhora,  proporcionar às pessoas uma vivência mais profunda com ela e, com isso, consequentemente, ter um amor mais maduro por Jesus”. 

A temática mariana passa pela concepção de Maria, formação religiosa, o anúncio feito pelo Anjo Gabriel, o nascimento de Jesus Cristo e sua apresentação no templo, a festa das Bodas de Caná, Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo e, por fim, a Assunção e Coroação no céu.

Nossa Senhora é o fator central do acampamento, ou seja, é dela e dedicado totalmente à ela, como fala a coordenadora: “Somos levados a conhecer e reconhecer a importância da maternidade divina em nossas vidas, o quanto ela nos ama e intercede por nós e, por meio desse reconhecimento, redescobrimos nossa essência de filhos amados e buscamos uma verdadeira conversão”, diz Lucimar.

Fé, amor e gratidão: devotos de Nossa Senhora

A primeira história de relacionamento e intimidade com Nossa Senhora é da  nutricionista Luciane de Souza Romero, 53, atuante na Pastoral Familiar e administradora de parte das redes sociais do Acampamento Magnificat. Ela conta que frequenta o Santuário desde 2018 e é devota “desde sempre”.  

“Nossa Senhora Aparecida é o meu primeiro grande amor. Ela foi apresentada pela minha mãe, que era uma devota fervorosa. Passei minha vida olhando para o rosto da minha mãe e vendo os olhos brilhando, falando do amor de Maria e me ensinando o quanto eu podia contar com Nossa Senhora”, destaca Luciane. 

Ela conta que desde que chegou à paróquia quis participar do Acampamento Magnificat, porém por conta do trabalho, só conseguiu em março de 2019 e, até chegar o dia, teve que enfrentar lutas. 

“Justamente na semana do acampamento, minha mãe ficou muito doente. Ela era diabética e tinha insuficiência cardíaca. Ela começou a vegetar na cama. Na quinta-feira do acampamento, eu parei para conversar com Nossa Senhora”, relata Luciane. 

Durante a conversa, ela clamou por uma intercessão da Mãe do céu para que sustentasse sua mãe terrestre durante esse período, enquanto estivesse no acampamento. Tanto que na hora que estava entrando na porteira do acampamento, sua mãe sentou na cama do hospital e teve uma melhora inexplicável. “Hoje sirvo com tanto amor porque eu sei que Nossa Senhora vai providenciar tudo aqui fora e foi assim que ela fez.” 

Sua devoção e intimidade com a Mãe de Jesus não param por aí. Ela conta ainda que, no dia 2 de julho de 2019, teve contato com outro título Mariano, Nossa Senhora Rainha da Paz, da qual fez uma entrega da vida de sua mãe biológica. 

“Não lembro de uma palavra do que disse. É como se por um momento eu tivesse me desconectado, depois me reconectado. Nesse dia, entreguei minha mãe para Nossa Senhora para que ela voltasse para a casa do Pai”, afirma Luciane. 

Essa data foi tão importante na sua vida que a levou a fazer uma peregrinação em Medjugorje, cidade localizada na Bósnia-Herzegovina e que fica no meio de montanhas rochosas. O lugar ficou conhecido por todo o mundo a partir de 1981, quando começaram as mais longas aparições de Nossa Senhora na história da Igreja Católica.

“Desde que conheci esse título Mariano, eu pedia todos os dias para que a mãe me levasse para Medjugorje, onde acontecem as aparições há 42 anos de Nossa Senhora Rainha da Paz, e assim o fez e eu consegui ir. A viagem foi maravilhosa! Eu vivia a peregrinação em todos os seus sentidos possíveis imagináveis. Medjugorje é um lugar onde o céu toca a Terra, um lugar de conversão, de paz, um local totalmente de Nossa Senhora”, ressalta a peregrina. 

Por fim, Luciane relata o seu aprendizado da viagem. “Como Nossa Senhora diz, a gente precisa levar a Jesus. Precisamos levar a todas as pessoas que não conhecem o amor do filho dela. É isso que eu aprendi, fui buscando respostas e escutei de Jesus para ter fé e confiar nEle. Não precisamos saber de nada, nem ter as respostas, só precisamos confiar nEle. Foi isso que eu aprendi na minha peregrinação!”

Outra história de devoção é do José Renato da Costa, 73, aposentado, Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística no Santuário, que atua nos acampamentos Sênior, Magnificat e ECC.

Para ele, “Nossa Senhora representa aquilo que é de mais importante em nossa vida, nossa parceira e companheira de todos os momentos. Tanto eu como minha esposa, Fátima, frequentamos a Igreja Católica, desde jovens, participando de grupos de jovens e de encontros como é feito hoje, na época chamado TLC (treinamento de liderança cristã)”.

Frequente na paróquia desde que se mudou para Presidente Prudente (SP) em 2021, José Renato conta que sua relação com Nossa Senhora vem de muito tempo. 

“Em 1987, minha esposa sofreu um grave acidente automobilístico, necessitando ser encaminhada a São Paulo (SP) para diversas cirurgias, ficando por dois anos na cama para tratamento. Época difícil, com dois filhos pequenos, mas sempre acreditando na sua recuperação, mesmo com diagnóstico contrário. Com muita fé e oração à Nossa Senhora, Fátima voltou a caminhar”, conta José. 

Outro caso foi em 2018, quando Fátima foi acometida por um câncer, passou por cirurgia e hoje está completamente curada. Recentemente sofreu uma queda e fraturou o fêmur e já se encontra em perfeita recuperação também. 

Por todas estas e outras graças recebidas de Nossa Senhora, o casal resolveu montar uma capela dedicada à Nossa Senhora em sua residência. “Por estar sempre ao nosso lado, não existem obstáculos que nós não superamos”, afirma José Renato.