A Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Presidente Prudente realizou ontem (23/03), a Missa da Ceia do Senhor (Lava-pés) para os moradores de rua, em especial aqueles atendidos pelo Movimento Servos da Misericórdia. Presidida pelo pároco Rodrigo Gomes, a celebração ocorreu na Praça da Bandeira, no Camelódromo do centro, às 20h.
Esta missa dá início ao Tríduo Pascoal e é celebrada na Quinta-feira Santa, porém foi adaptada a realidade das pessoas em situação de rua para que eles também pudessem rememorar os acontecimentos da vida de Jesus. “Não podemos fechar os olhos para esta realidade social. Precisamos dar a oportunidade de eles serem resgatados e vivenciarem essa experiência fortificante de Jesus em suas vidas”, aponta o pároco Rodrigo Gomes.
A ação faz parte de um cronograma de atividades organizado pelo Movimento Servos da Misericórdia, que em dezembro de 2017, já realizou uma missa especial de natal e agora buscou celebrar a Páscoa com os atendidos. Jairo Bendenuto, voluntário do movimento, conta que um dos objetivos é transmitir a sensação de que todos são irmãos perante Cristo, como uma grande família.
Para o padre, participar deste momento significa fortalecer o ministério, visto que a celebração de Lava-pés também é uma renovação das promessas do sacerdócio e se comprometer a olhar para os que mais necessitam.
“Muitas vezes, nós nos acomodamos dentro das realidades das nossas paróquias e esquecemos daqueles que estão às margens. É o pedido de Cristo, da Igreja e do Papa Francisco uma Igreja em saída, uma Igreja que transcenda os seus limites geográficos, as suas estruturas físicas e que se preocupe exatamente com o próximo, sobretudo aqueles que mais necessitam”, diz o padre.
Servos
O Movimento Servos da Misericórdia, da Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Presidente Prudente, já atua na comunidade há mais de 25 anos. O trabalho é voltado a pessoas em situação de rua, com o empenho dos voluntários que se reúnem toda sexta-feira para a produção de marmitas, que são distribuídas em locais como a Praça da Bandeira e Praça Nove de Julho.
Além de levar comida, roupas e cobertores, os voluntários também realizam um acompanhamento espiritual, oração e partilha. Os moradores de rua ainda têm a oportunidade de conversar e serem ouvidos. O trabalho social chega a atender de 80 a 100 pessoas.
Segundo Jairo, “realizar um trabalho como esse é gratificante. O que nós tentamos passar para eles toda sexta-feira é um pouco de conforto, um pouco de carinho e principalmente, um pouco de igualdade quando estamos com eles”.
“Os servos, nessa celebração, colocaram-se como servidores, olhando para a necessidade do outro com um coração humilde e acolhendo-os de uma forma muito justa e cristã, pois o trabalho que eles realizam todas as sextas-feiras é exatamente aquilo que Jesus fez”, finaliza padre Rodrigo.