A Páscoa é a celebração mais importante do calendário litúrgico cristão. Mais do que chocolate, ovos e doces, ela é o caminho que liberta dos pecados, leva para uma vida de santidade e relembra, principalmente, a crucificação e ressurreição de Jesus, motivo esse para crer na vida eterna.
O termo Páscoa deriva de ‘pessach’, oriundo do hebraico e dos termos pascha (latim), e paskha (grego). A festividade foi iniciada pelos judeus e no cristianismo passou a ser comemorada com um novo sentido, após a vinda de Jesus.
A Igreja Católica inseriu a Páscoa no calendário durante o Concílio de Nicéia, em 325 d.C., e determinou que a primeira lua cheia, após o equinócio de primavera no Hemisfério Norte, seria a data para se iniciar a comemoração, ou seja, que ocorresse todos os anos durante o período que fica entre 22 de março e 25 de abril.
Verdadeiro Sentido
Ao longo do tempo, a Páscoa ganhou diferentes significados. A primeira celebração não é originária do cristianismo e sim do judaísmo, religião tradicional dos hebreus, o qual marcou o fim da escravidão e deu início a libertação, em busca da Terra Prometida, com orientações de Moisés, narrada no Antigo Testamento.
Ceia Pascal com raízes judaica foi encenada nesta Semana Santa 2021 (Pascom Paroquial / Arquivo)
No cristianismo, a celebração representa o sacrifício e a vitória de Jesus, que morreu em nosso lugar e com o seu sangue nos redimiu dos nossos pecados, já no Novo Testamento.
Para a coordenadora da Pastoral da Catequese da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, Natalina Soares da Silva, a Páscoa e o Tríduo Pascal são o centro da nossa experiência de fé. “Celebrar a Páscoa é experimentar de maneira real e grandiosa, o infinito amor de Deus por cada um de nós. Ao revivermos cada dia com Jesus, renovamos a nossa fé, as nossas esperanças e renascemos para uma nova vida!”
Tradição católica
No catolicismo, a Páscoa é uma data móvel, que encerra a Quaresma iniciada na Quarta-feira de Cinzas. Já a última semana deste período é chamada de Semana Santa, quando são relembrados todos os eventos que levaram à crucificação de Cristo.
“É sempre importante celebrarmos a Páscoa em família e orientar nossas crianças e jovens a relembrar a importância desta data para nós, católicos. Nós só conseguimos enxergar a dimensão dela ao vivenciar cada momento com o coração aberto ao amor e com os olhos da fé!”, enfatiza a coordenadora da Catequese.
A Semana Santa começa com o Domingo de Ramos, que destaca a entrada triunfal de Cristo em Jerusalém.
Padre Rodrigo durante celebração do Domingo de Ramos (Pascom Paroquial / Arquivo)
Dias depois, é celebrado o Tríduo Pascal (Ceia do Senhor, Celebração da Paixão e Morte de Jesus e Vigília Pascal).
A Última Ceia, que aconteceu durante a Quinta-Feira Santa, é marcada pela Instituição da Eucaristia e o tradicional rito de lava-pés, que acontece em memória ao ato de Cristo lavar os pés de seus discípulos. Além disso, Jesus narra aos seus discípulos tudo o que aconteceria com Ele (a traição cometida por Judas Iscariotes e a negação de Cristo realizada por Pedro) e termina com sua prisão.
Ceia Pascal marca a Instituição da Eucaristia (Pascom Paroquial / Arquivo 2017)
Na sequência, a Igreja celebra a Sexta-feira da Paixão, fazendo referência à crucificação e morte de Jesus.
Encenação marca a Semana Santa na paróquia (Pascom Paroquial / Arquivo)
No sábado, celebra-se a Vigília Pascal e no dia seguinte finaliza com o Domingo de Páscoa, quando é celebrada a ressurreição de Cristo.
Para os cristãos, a morte de Jesus foi um sacrifício voluntário com o objetivo de salvar as pessoas de seus pecados, dando uma nova chance para a humanidade.
“Celebrando a ressurreição do Nosso Senhor, renovamos também as nossas esperanças e a nossa fé. Jesus é o nosso sustento e nossa alegria. Ele morreu para nos salvar e ressuscitou para que pudéssemos viver. Hoje, nos dá mais uma oportunidade de nascer para uma nova vida com Ele. Que possamos celebrar verdadeiramente a Páscoa do Nosso Senhor, relembrando o que Ele mesmo nos disse: ‘Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo’ (Mt 28,20)”, finaliza Natalina Soares da Silva.
Tempo Pascal
A partir do Domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes, a Igreja dedica cinquenta dias para celebrar com grande júbilo este período que marca a vitória de Cristo sobre a morte.